27 de ago. de 2011

TOC - Que doença é essa que nos invade?



O TOC é um transtorno mental incluído pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Psiquiátrica Americana (DSM - IV) entre os chamados transtornos de ansiedade, caracterizados por pensamentos obsessivos e compulsivos, onde o paciente tem comportamentos estranhos para com a sociedade (ou para ele próprio).

É comum os pacientes acometidos por este transtorno esconderem de familiares e amigos esses pensamentos e comportamentos bizarros, por inibição ou vergonha.

Sendo assim, a qualidade de vida dos portadores de Transtorno Obsessivo Compulsivo fica comprometida causando-lhes sofrimento, interferindo significativamente na rotina diária, em seu trabalho, atividades sociais ou relacionamentos com familiares e amigos.
O TOC se caracteriza por pensamentos obsessivos e comportamentos compulsivos (rituais). 

Obsessões - de acordo com o dicionário "Michaelis" - são preocupações constantes ou idéias fixas. Ex. de obsessão: cena (s), que invade (m) a consciência de forma repetitiva, seguida (s) de prática (s) destinada (s) a neutralizá-la (s). A pessoa sente, geralmente, ansiedade e desconforto por possuir essa "dependência";tenta resistir e ignorar esses pensamentos, idéias e cenas que vêm em sua mente, ou anular com ações e ou com outros pensamentos, reconhecendo-os como produtos de sua mente. Não são simplesmente medos exagerados relacionados com problemas reais. 

Os pensamentos obsessivos mais comuns são: 
- Preocupação excessiva com sujeiras, germes ou contaminação;
- Preocupação com simetria, exatidão, ordem, sequência ou alinhamento de objetos (exemplo: compulsão em querer arrumar quadros e espelhos na parede);
- Preocupação em armazenar, guardar coisas inúteis (jornais, revistas, documentos velhos) por achar que um dia irá precisar; ou mesmo poupar, economizar em excesso (são os casos de pessoas muito sovinas, avarentas. Recordo de um paciente que ordenava sua família a apertar a descarga do banheiro de sua casa uma única vez, à noite, antes de todos deitarem, para economizar na conta de água); 
- Preocupação com doenças -hipocondríacos- ou com o corpo (pacientes sempre preocupados com a estética do corpo, que passam constantemente por cirurgias plásticas);
- Pensamentos religiosos obcecados (de pecado, culpa, sacrilégios ou blasfêmias);
- Pensamentos supersticiosos: preocupação excessiva com números específicos, cor de roupas, datas e horários (o paciente os associa a desgraças). Lembro de um paciente que só usava cueca de cor vermelha, pois achava que se usasse de outra cor perderia a potência sexual, a ereção. 

Compulsões - são comportamentos repetitivos ( exs.: lavar as mãos, fazer verificações), ou ações mentais que a pessoa executa em resposta a uma obsessão. Os comportamentos ou atos mentais são destinados a prevenir ou reduzir o desconforto gerado pela obsessão, prevenir alguma situação temida. Geralmente os atos não possuem uma conexão real com o que se pretende evitar, sendo notoriamente excessivos.

Os comportamentos compulsivos mais comuns são: 
- Lavar as mãos ou tomar banho, esfregando o corpo inúmeras vezes (o paciente sente-se sujo, impuro, culpado por erros cometidos no passado, seja desta ou de outras vidas);
- Certificar-se várias vezes se portas, janelas ou o gás estão fechados, antes de deitar-se ou ao sair de casa;
- Não pegar no corrimão do ônibus, metrô, maçaneta ou trinco de um banheiro público;
- Não usar as toalhas de mão utilizadas por outras pessoas;
- Medo de passar perto de cemitérios ou entrar numa funerária;
- Medo de deixar o chinelo, tênis, sapatos virados (associa-os ao mau agouro);
- Verificar inúmeras vezes o saldo da conta bancária;
- Contar os azulejos, lajotas ou tacos de madeira do piso. 


O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem ajudar as pessoas a evitar o sofrimento associado ao TOC e diminuir o risco de desenvolverem outros problemas, tais como: depressão, problemas conjugais, familiares, de trabalho etc.

Se você tem alguém na família, ou um amigo, com TOC a sua tarefa é aprender o máximo possível sobre o transtorno, suas causas, seu tratamento. Ao mesmo tempo certifique-se que a pessoa com o TOC tem acesso às informações sobre a doença. Ajudar o doente a compreender que existem tratamentos é um grande passo em direção à sua recuperação. Quando uma pessoa com TOC se recusa a receber tratamento, a família se vê em dificuldades.

Os problemas familiares não provocam TOC, mas a maneira das famílias reagirem aos sintomas poderá afetar o curso da doença, assim como os sintomas podem provocar grandes perturbações e problemas na família. Muitas vezes é necessário que todos os membros da família acompanhem o paciente na psicoterapia. 

Comentários negativos, ou crítica dos familiares, em geral pioram o quadro do TOC. Uma família calma, que apóia, pode ajudar no resultado final do tratamento. Procure ser o mais gentil e paciente possível, pois é a melhor maneira de ajudar a pessoa a se livrar dos sintomas de TOC. 

Elogie qualquer tentativa de opor resistência ao TOC, focalizando sua atenção nos possíveis elementos positivos da vida da pessoa. Evite expectativas muito altas ou muito baixas. 

Depois de recuperada, trate a pessoa normalmente... mas fique atento para os sinais de recaída. Se a doença estiver voltando, você poderá perceber isso antes que o próprio doente. 

Quando crianças e adolescentes são portadores de TOC, é importante que os pais trabalhem juntamente na escola com os professores, para ter certeza de que compreendem o transtorno. Como no caso de qualquer criança com alguma doença, os pais devem estabelecer limites coerentes e fazer com que a criança ou adolescente saiba exatamente o que se espera deles.

FONTE DO TEXTO:  Figueira Consultores Holísticos E  Osvaldo Shimoda



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