26 de mar. de 2009

O que são doenças psicossomáticas?

Entendemos com doenças psicossomáticas as doenças que têm um componente psíquico. Mas sempre me pergunto: qual doença não tem uma emoção sendo ex-pressa?

Freud já dizia “nada é meramente psíquico ou meramente somático..."

Podemos pensar que o corpo expressa, põe para fora as emoções que por vezes escondemos de nós mesmos. Nosso corpo fala através de gestos, mímicas, contraturas, calor, tremor, dores de barriga, sustos, travamentos dos dentes, enfim tantas e tantas demonstrações físicas.

Por que isto acontece? 
Percebemos que nem sempre há conexão do que expressamos verbalmente (oque DEVEMOS SOCIALMENTE DIZER), para aquilo que expressamos fisicamente. Podemos mentir, desempenhar papéis sociais, tolerar o intolerável aparentemente. Mas nosso corpo expressa as emoções mais genuínas, porque as emoções são INCORRUPTÍVEIS.

Quando somatizamos, temos a consciência de que forçamos além da conta uma emoção. E assim, lá vem um resfriado, uma diarréia, um herpes, uma enxaqueca!Mas na maioria das vezes, somos rígidos em nossos papéis a desempenhar neste mundo e para fazê-los, desconectamos das nossas emoções.

Não há CONEXÃO. Cabeça pensa por um lado, corpo sente e expressa por outro. Começamos a carregar à “sombra” nossas emoções mais básicas de amor/raiva/tristeza/medo.

Alextmia é o nome dado a desconexão mente/corpo do sintoma. As pessoas que sofrem de problemas psicossomáticos não vêm correlação do que sentem fisicamente com algum problema emocional. 
Mas o que vemos em todos os trabalhos desenvolvidos neste sentido, é a necessidade da CONEXÃO MENTE E CORPO para a cura. Aprender com os sintomas o que eles querem dizer. E na maioria das vezes, os sintomas vêm como uma tentativa de desmascarar o que estava escondido – A SOMBRA das emoções.

No livro a Doença como Caminho, de Rudger Tarkle e .................., o autor nos mostra como o próprio nome já diz que toda doença é o caminho para a saúde, pois traz à tona as verdadeiras emoções escondidas lá dentro de você.
Mostra a doença como um sinal de alerta para uma mudança de postura: aprender a ver suas outras partes, negadas; sua polaridade.
De certa forma, fazer a conexão! Conhecer quais as emoções que você tem receio de lidar porque aprendeu a desempenhar papéis do que deveria ser e portanto fica difícil demonstrar raiva, tristeza e medo todo o tempo e com todos que o arcam.
Já começamos desde pequenos tendo que aprender a engolir o choro; a nãoreclamar com os mais velhos, eles sempre sabem mais! E aos poucos, vamos aprendendo a ser “algo” que deveríamos ser e vamos esquecendo o que realmente somos, desejamos e queremos.

Mas nossas emoções, incorruptíveis que são, vão ficando represadas nos machucando profundamente. A represa cheia extravasa por algum lado. Costuma extravasar em algum órgão alvo.

Por incrível que pareça, o corpo é tão sábio que até mesmo as partes do corpoatingidas têm uma leitura especial. Por exemplo, a vesícula biliar (fel) expressando a raiva guardada.

Veja os livros Doença como Caminho, Doença como Linguagem da Alma, Doença como Símbolo, Quem ama não Adoece, Você pode curar sua vida, etc....

Para Dra. Teresa Robles, desempenhamos papéis, que quanto mais rígidos forem, mais nos levam a chance de sofremos de uma doença psicossomática. Somos formados de partes, por exemplo: parte amorosa, parte guerreira, parte sonhadora, etc... Se ficamos rígidos desempenhamos apenas uma das partes, adoecemos. Não conectamos, não extravasamos nossas emoções. 
Uma mãe muito boa, educada para ser amorosa com filhos e marido, fica rígida nesta postura para ser querida (bem amada) e acaba por ser desprezada por filhos e marido. Sofre, tem raiva, não pode expressar e assim adoece para pôr para fora suas mágoas.

Ficando rígida na parte amorosa as outras partes não se comunicam ? a emoção não flui ? doença _ sombra _ aceitar a doença ? o escondido, a polaridade _ caminho para a conexão ?

As emoções, como diz Teresa Robles, falam através do nosso corpo. Elas semanifestam de todas as formas. Teresa nos ensina a ver todas as emoções e como elas se manifestam. Veja:Raiva,Tristeza,Inveja,Amor,etc.

Como se manifestam no nosso corpo?
Na peleNos olhosNa respiraçãoNos dentesNo coraçãoNo estômagoNos músculosNos intestinos, etc.

Não é interessante perceber que temos sensações físicas específicas, e queestas reações são de acordo com o que sentimos uma resposta específica? Se tenho raiva, cerro os punhos, travo os dentes, arregalo os olhos, fico quente, disparo o coração. O que o meu corpo quer dizer? Que estou pronto para atacar!
  
Assim, cada emoção prepara meu corpo para desempenhar uma reação a ela. E quando não vejo, não percebo, não sinto?! O corpo vai realizando e represando as emoções e os nossos órgãos desconectados chegam num ponto que berram por socorro.  
Por isso, chegamos ao trabalho da relação médico-paciente, terapeuta-cliente. Descobrir o que este sintoma quer dizer para aquela pessoa. Qual é a sombra? O que esconde este sujeito de si mesmo? Que emoções vemsendo escondidas? Percebemos que a RAIVA e a TRISTEZA são as grandes vilãs. Os órgãos apenas o caminho escolhido.

Tratar o sujeito ou tratar a doença? Cada vez mais compartilhamos da visão do todo. Tratar o sujeito, é claro! Somente o órgão, a parte, permanecemos com a sombra. CONEXÃO é a meta. Mas o que conectar? As emoções não percebidas. Também sabemos que o sujeito que sofre destes males não faz conexão. Aí entram as novas técnicas psicoterápicas de conexão com situações traumáticas, conflitantes, recalcadas.

2. Como devemos tratar ?

A primeira coisa a saber é que estamos lidando com algo que a pessoa não
simboliza em termos da emoção vinculada aquele sintoma. O corpo da pessoa fala. Há uma desconexão.


A doença é aquela verdade que a pessoa esconde de si mesma. O tempo todo incorruptível, trazendo a sombra, a emoção retida que a pessoa não pode ver de uma maneira simbólica. Assim, o sintoma é uma saída que a pessoa encontra para expressar o que ela não consegue falar ou sentir. Todo sintoma traz um caminho para a saúde. Mostra que algo não vai bem. Há sentimentos escondidos. Põe para a fora o que é necessário.


A doença não mente! Traz a polaridade que está sendo negada, negligenciada. 

Põe o sujeito para lidar e resolver o que o impede de ser o que ele deseja ser. A emoção e o sintoma são INCORRUPTÍVEIS! Eles querem que o sujeito mude o caminho da vida. Cada doença mostra um caminho metafórico e nos propõe algumas perguntas interessantes:

O que este sintoma te impede?


O que este sintoma te obriga?


O que aconteceu com você nos anos anteriores ao surgimento do sintoma?


O que você gostaria de estar fazendo e não pode fazê-lo?


Há pessoas envolvidas no seu problema de saúde? Como?


Com o que se parece seu problema? (Sugerir uma metáfora/analogia).


As pessoas que sofrem de problemas psicossomáticos têm dificuldades de simbolizar, fazer analogias, sentir emoção. Aprenderemos técnicas derivativas que nos possibilitam pelos símbolos, cores, chegar até as emoções retidas, recalcadas. Normalmente as pessoas estão cansadas de se machucar, aprendem a evitar os problemas e a doença aparece para avisar que ainda é preciso fazer alguma coisa. 


É preciso aceitar a doença, para poder curá-la. Mesmo que isto traga tristeza e sofrimento é a maneira honesta de ouvir o que seu corpo fala sobre você. Precisamos ter coragem de sentir este sentimento para poder curar. É como assumir a guerra e assim lutar! Conhecer o que a doença quer dizer, que coisas devo matar, retirar, mudar para sarar.
O que devo cuidar? Dos sentimentos, é claro. 

Não podemos pensar em curar uma pessoa num dia! Isso seria uma grande pretensão! Há técnicas como das mãos paralelas de E. Rossi que pode fazer um belíssimo trabalho, às vezes, em até uma sessão. Mas a remissão dos sintomas necessita tempo de recuperação, cicatrização, etc. 

Existe um comprometimento físico, muitas vezes, já avançado (artrite reumatóide, câncer com graves lesões, etc.) que necessitam tempo para recuperação. Esta recuperação dependendo do órgão e lesão pode levar semanas, meses ou ano.

Cada caso é único. O corpo de cada um reage de uma maneira e também cada um metaboliza emoções de uma maneira. 


Aqui, vale mencionar as crenças limitantes que cada pessoa possui. As profecias que ela se faz de cura, de morte. Também precisamos ver os traumas que cada pessoa passa e deixam marcas que retornam com os sintomas. 

Sabemos que em famílias rígidas há maior tendência a doenças psicossomáticas pois não se pode expressar as emoções.

fonte do texto: Sofia Bauer

Um comentário:

Unknown disse...

Adorei o texto!
Me identifiquei, pois sou como uma esponja..absorvo tudo muito fácil.
Sou sensível, tímida, tensa,..

Obrigada pela informação.